top of page

PELA JANELA

Todos os dias acordo pela manhã e observo a janela do quarto. Não raramente, ela me lembra um portal. Nunca sei exatamente o que está por vir, mas existe sempre um mundo de promessas e possibilidades. Gosto quando o sol se faz presente... é o anúncio perfeito de que aquele dia tem tudo para ser um dia de expansão.

A janela me parece sempre um momento de preparação, como através dela eu pudesse ousar adivinhar o que me aguarda. Além disso, é através dela que visualizo todas as promessas que fiz a mim mesma... é através dela que traço todos os meus possíveis caminhos... todos os meus possíveis destinos. É através dela que consigo me conectar com o mundo sem me perder de mim, sem me distanciar da minha própria energia e sem cede-la por descuido em qualquer esquina.

A janela também mostra e faz questão de me lembrar tudo aquilo que não consegui realizar no dia anterior, mas que agora devo começar ou finalizar. Por vezes ela traz esse ar de cobrança... como se me convidasse a experienciar tudo aquilo que desejo, mas me nego, pelo simples fato de ter contas para pagar, por exemplo.

Ela vem nesse lugar provocativo, questionando as minhas prioridades e me fazendo refletir se vale a pena me manter em uma rotina, muitas vezes extremamente exaustiva, em nome de algo que quero ter no futuro. Ela apresenta-se nesse lugar provocativo, indagando sobre o que eu estou fazendo no presente. Sendo o presente a única coisa que realmente temos, talvez eu devesse me preocupar mais com ele.

ree

Texto: BRUNA FERRAROLI

@brunaferraroli

Comentários


bottom of page